sábado, 15 de janeiro de 2011

Sem título



É difícil falar sobre isso.  Título pressupõe nomear, classificar algo que atingiu proporções inimaginavelmente horrorosas, a que não se pode definir. Por onde começar? Tentar achar os culpados? Ok. Tente comigo: Vá ao espelho mais próximo; pronto! Acabamos de achar mais um entre milhões!

Já cansou falar de voto consciente, cobrar atitudes do próximo e do poder público. Com o perdão da palavra, “deu no saco”! Todo ano é identicamente igual, é um “bafafá” gigante e depois nos esquecemos e continuamos a levar nossas vidas individualistas. Todo ano fala-se exatamente isso que estou falando. Tenho perdido qualquer tipo de esperança na sociedade. Qualquer tipo de esperança de entender o ser humano. O outro deve ser ético sempre, enquanto nunca questionamos a nossa própria ética. Está tudo sempre muito bem. O brasileiro aceita de mão beijada a expressão: “Para o povo, pão e circo”. Eu gostaria de saber O QUE está tão bom! Compramos muito? Temos “os nossos heróis” do BBB? É, estamos mesmo bem...

Como nós expomos nossa fragilidade tentando esconde-la atrás de um papel de parede chamado progresso, avanço, poder, ou seja lá o que for. Nós somos isso, nada. O ser humano é frágil, sujeito aos mínimos balanços de uma força a qual ele se considera muito superior! Subestimamos o poder da natureza e achamos que está tudo sempre sobre controle.

É doloroso ver outros seres humanos em condições tão calamitosas, é pior ainda saber que somos culpados por isso. Não concorda? Se não, eu creio que esse seja apenas um meio de justificar sua própria impotência autopermitida.

Podemos reparar nossos atos? Não! Nunca poderemos. O que se faz é tentar remediar nosso próprio holocausto para amanhã começarmos a semeá-lo de novo, pois é isso que é de praxe. O ideal seria apenas remediar, não podendo fazer melhor, fazer a diferença e abandonar a hipocrisia voluntária filha da autopiedade do brasileiro.





Um comentário:

  1. Olá!
    Olha li por acaso, ou não, já que não acredito em acaso, seu post. É complicado falar em "culpados" e "não culpados", pois penso que o pequeno verme humano, não tem culpa de suas atroscidades, pois ele já nasce num mundo perverso, um mundo de impurezas, imparcialidade, desequilíbrio...
    É muito complexo.
    Mas.. parabéns pelo texto!
    Visite meu espaço:
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    Abraço,
    Lorena

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